O importante é: você faz o básico bem feito? Enquanto a gente pira falando de futuros melhores, de regeneração, de soluções pra crise climática, aquele basicão de todo dia tá sendo feito? Se você é como eu (e a maioria dos mortais), é provável que não, que ainda falte muito alho e cebola nesse prato e, mesmo assim, a gente cisma em fazer risoto.
Mas o bom dia para as pessoas na rua está sendo dito com gentileza? As relações mais próximas estão bem nutridas? O outro pode encontrar em você uma escuta com presença num dia difícil? Você é o primeiro a julgar ou o primeiro a ajudar? Existe espaço em todo o seu discurso de mundo melhor para aceitar o erro do outro?
Eu sei, o básico é chato, porque é real. Ele não tem frufru, não tem playlist, arte ou foto aesthesic para acompanhar. Ele é aquilo que a gente sabe que deveria estar fazendo e, ainda assim, deixa para amanhã. Mas não tem futuro melhor se ele não for o ingrediente principal. É clichezão? É e o clichê é clichê porque é verdade: nada muda se a gente não mudar. E se transformar é difícil para caramba. Então segue sendo mais fácil inventar moda.